COMO SERÁ

COMO SERÁ

 

Dialeto é uma língua do povo,

Que deriva de nações ou etnias,

E se não houver algo de novo,

A conversa virá sem fantasias.

 

Quem souber como será o inverno,

Ao crer que estará lúcido e vivo,

Vai guardar receitas no caderno,

Se a memória requer o convívio.

 

Quando os dias eram na oralidade,

Pois os povos ainda não escreviam,

Só pinturas tinham a moralidade,

No que tange ao que se definiam.

 

Se caçava e pescava com feras,

E o mundo era de chuva e raios,

Com vulcões sacudindo a tapera,

E os mares revoltos de maio.

 

Não haviam janeiros e bíblias,

Nem cornetas, tambor e viola,

E os sons eram só gritarias,

Das crianças sem cada escola.

 

Vieram os tempos de Alexandria,

Com etnias, Babel e Mesopotâmia,

Ou um suposto dilúvio já havia,

Mas não no Sahel ou na Espanha.

 

Só sei que o mar banha Veneza,

E em Gibraltar vejo o Atlântico,

Pois é desse modo que a natureza,

Cria e malcria o ser romântico.