Sou
Em sutis sonhos te procurei
Um mundo só de fantasias
Passaram as noites, vieram os dias
E nunca te achei
Dor dilacerante ao meu peito corta
Mas depois de tanto tempo
A espera de um momento
Aprendi a fechar a porta
Maquiei o meu rosto
Escondendo tanto desgosto
E para não incomodar
Sequei as lágrimas que estavam a rolar
Respiro bem fundo
Saio pelo mundo
E quando alguém ficar a me fitar
Nada irá reparar
Tal qual um robô
Movo-me entre as pessoas
Não deixo nada atoa
Sou o que compôs a dor
Mas quando atrás de mim se fecha a porta
Desabo totalmente morta
Luto para manter seco o meu rosto
Mas me volta todo desgosto
E dessa forma, não sou uma, sou duas
Sou a que ao mundo se mostra
Sou a que surge ao fechar a porta
Meio viva, muito mais morta
Lutando dia a dia
Para parecer fria
Mas por dentro só há dor
E um infindo amor