Conto de amor
Lastimosas palavras soltas no tempo
Sob os fortes ventos da agonia
Enquanto outros se alegram no momento
Me desfaço em meio a dor que corroía
Penosa é a vida de quem cria
Nos contos de fadas, que tanto lia
Histórias bem terminadas
Onde o amor vencia
Irremediável dor que agora me alucina
Rasga sem pudor meu peito e arruina
Minha crença no amor que ante tudo me fascina
E mesmo sem ver a face, em mim é dor divina
Dor do amor que trago como lampião que ilumina
Arrependimento no peito não cabe
Pois esse amor sempre foi minha sina
E bem sei que disso você sabe
E se o amor que carrego a mim é dor
Não te sendo causa de sofrimento
Fico feliz em meus lamentos
Fazendo da dor um raio de muita cor
Sentimento que minha alma arrepia
Aprisionado no silêncio de mais um dia
Lágrima de singela companhia
Da distancia que pediste um dia
Trépido e sorrateiro descrer
Se os olhos não te podem ver
Indescritível imagem crio de você
E de olhos fechados posso te ver
E soa nos meus ouvidos
A música dos anjos escolhidos
Sonata de melodia perfeita
De tua voz que meu sonho enfeita
Nem imagem, nem melodia
O que a mim contenta
Não se faz na luz do dia
É sob o reflexo da lua que se ostenta
E o que no agora te digo sem pudor
Nem de dia, nem sob o reflexo da lua
Nada foi capaz de arrancar de mim esse amor
Por ser meu conto, minha história e tua