Tanto e nada
Tantas perguntas
Tantas faltas
Tantas histórias
Tanto construído no ontem
Fazem a vida de agora
Escolhas mal feitas
Outras que pareciam perfeitas
Algumas sem participação
Trouxeram a expurgação
Tantas coisas
Tanto de mim perdido
Coisas que nem fazem sentido
Silêncios proferidos
Que feriram aos ouvidos
O que não foi entendido
Ficou incompreendido
Palavras foram guardadas
A boca selada
Coração descompassado
Virou infindos pedaços
Lágrimas de oceanos
Ondas que arrebentam
Na face sem enganos
Olhando para o ontem
Tanto foi perdido
Não do que foi vivido
Mas dos sonhos mais bonitos
E na respiração profunda
Que o peito afunda
A saudade invade
Cada célula
Da forma mais covarde
E enquanto se soluça
O silêncio perpetua
Por existir a consciência
Que a dor a um pertence
Enquanto nas palavras silenciadas
Tudo é dito
De um jeito tão bonito
Sem ser incômodo à quem não as quer
Grito deixado no vento
Grito de dor e lamento
Feito do perfeito silêncio
Talvez seja até covardia
Medo de mais agonia
Talvez…não sei
A coragem morreu nas palavras ouvidas
Há tanto tempo ditas
E assim segue essa vida
Vida de pensamentos
Vida que consiste em esquecimento
Esquecimento dos sonhos
Do que morreu no ontem
Vida de abandonados