Tudo e nada
Entre tudo restou o nada
Mas não um nada qualquer
Um nada repleto de tudo
Onde a tristeza faz o que bem quer
E depois de tudo
Que quase foi nada
Tantas coisas apenas ficaram
Em um cantinho abafadas
A poeira foi tomando conta
Do que antes se dizia
Serem as coisas mais importantes
E agora estão vazias
Tantas coisas abandonadas
E nada esquecido
O peito ainda rasgado
Nem mesmo está adormecido
E no rasgo que a alma assombra
Pela dor tão sentida
O silêncio de tudo toma conta
E a alma é mais ferida
Doce os sonhos que outrora
Os olhos iluminavam
Hoje são só memórias
Que aos olhos molham
E perdida entre o tudo e o nada
Segue a alma despedaçada
A esperar por nada
Enquanto por tudo está desesperada
No por nada se perde tudo
Por tudo se vai o nada
Os olhos sempre úmidos
Não se fecham na madrugada
É tudo
Mas é nada
Lágrimas por tudo
Espera por nada