Olhos tristes

Senhor, sei que não quereres ouvir-me

Nem ver-me também

Deixe teu coração tranquilo

Não obrigo-me a ninguém

Juntei os meus pedaços

Com todo cuidado

Deixei limpo o teu espaço

Parti

Partiram tão tristes

Meus olhos lacrimosos

Por vós, meu bem

Que se quer os vistes

Nem alegres nem tristes

E se agora se derramam

É por você e por mais ninguém

Mas não te preocupes

Nada saberás além

Que parti como pedistes

Se alegre ou triste

Não importa à ninguém

E na distância concretizada

Com a alma destroçada

Choram meus olhos tristes

Tão saudosos

Tão doentes da partida

Carentes sem despedida

Tão cansados, tão chorosos

Sem vontade pela vida

E o que já em mim era triste

Da tristeza se embriagou

Deixando tudo mais triste

Qualquer alegria matou

Partiram tristes

Me fizeram mais triste

É triste onde estou

Morrem assim os tristes

Sozinhos, sem ninguém

Nunca tão triste vistes

Olhos meus que são tão tristes

Como não são os de ninguém

Senhor, sei que não queres ouvir-me

Não obrigo a ninguém

Guardo comigo

Nos olhos escondidos

Sem que os possa ter percebido

Não te preocupes

As palavras que sangram

Rasgam com tinta o papel

Com o passar do tempo

Serão mera tinta com gosto de fel

E no certo momento

Sucumbirá, se dissipará no vento

E outras lágrimas os olhos tomarão

Fazendo tudo mera poeira pelo chão

Nada à você chegará

Nada espera algo mudar

E assim te repito

Não te preocupes, meu bem

Não me obrigo a ninguém

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 01/05/2024
Código do texto: T8054365
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