Flutuando na escuridão
Olhos fechados,
Sentidos mareados,
Encontro na escuridão,
Energia que envolve,
Não precisa de visão.
Sinto um elemento doce,
Um toque viril,
Algo inesperado,
Respiro aliviada.
Não temo mais nada.
Me entrego,
Flutuo em sua direção,
Me deixo levar pelo ar e pela emoção,
Quando estou alto o suficiente,
Me assusto e começo a despencar.
Dou de cara com a dureza da realidade,
Quebro a cabeça e um pedaço do coração.
Rachadura menor, dessa vez,
Apenas para iluminar
Frestas do muro de pedra,
Que o estavam a cercar.
Sinto dor, antes não sentia nada,
Então, mesmo triste, agradeço
Pela experiência compartilhada.
Saudosa, formo um rio de lágrimas no chão,
Purificam o que estava sujo, devolvem a intuição.
Lago acumulado, barro que modela,
Coração desfibrilado,
Reparado e reabilitado a pulsar,
Porque se parar, a morte irá encontrar.