SEGREDO CONTIDO
SEGREDO CONTIDO
Quem olha as escaras da lua,
Não concebe serem as crateras,
Pois há mais meteoros na rua,
Do que gente na nossa esfera.
Essas pedras chegam velozmente,
E são tantas aqui e em Plutão,
Pois o Sol é um ímã carente,
Que atrai o flagelo e a unção.
Se tem água ou vida e semente,
Tudo penso que vem das estrelas,
Pois suas fornalhas são quentes,
E nos mostram de mel a abelhas.
Se não fosse o segredo contido,
Talvez pudéssemos abrir portais,
Viajando sem um corpo curtido,
Nos desertos de ventos astrais.
Dentre os ciclos há as viagens,
Que o tempo impede os registros,
Ou se chove não vejo as imagens,
Pois seria um eclipse mal visto.
Ante a chuva se lavam os panos,
E com lágrimas lavamos a alma,
Mas todo algoz tem seus planos,
Com seus atos de dor e trauma.
Tudo aqui já não é algo eterno,
Pois as mentes são raios agindo,
E seus flashes acendem o caderno,
Que as traças destroem sorrindo.
Há lembranças de todo o passado,
Pois o corpo é registro de eras,
Como as galáxias são pães sovados,
Entre as translações ou quimeras.
Só não digam que o vida é finita,
Pois ela é fruto de seiva eterna,
E traz a história que não é dita,
Mas agoniza entre vales e serras.
A vida será sempre tempo e energia,
Como símbolo máximo do inefável,
Pois medita sobre a nossa agonia,
De não sabermos o que é provável.