ANOITECER

No meio do nada,

o horizonte deitou-se

com suas fadigas.

Fora

um dia intenso,

o calor dos olhares,

dos corpos

esquecidos,

aquecidos,

pela relva

e outros atritos.

Exaurido,

cobriu-se

com o cobertor

de um crepúsculo

ofegante.

Sonolento, pedia

o aconchego da lua

que chegava

com o travesseiro

de cinco pontas.

Tudo mais

pareceu dormir

A natureza quedou-se

em oníricas paisagens.

Animais

procuraram seus dormitórios,

tendo a coruja

a lhes velar os sonos.

O silêncio contou

uma cantiga de ninar.

O ar acariciava

a face da noite,

despudorados graus,

em desmesurada queda,

partilhavam com a atmosfera,

uma eólica narrativa

fria e calculista.

No meio do nada

o horizonte desfaleceu

e pode descansar.

E da beleza do notívago

firmamento cintilante

o nada se fez tudo.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 20/04/2024
Código do texto: T8046109
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