ENGAVETADOS
Guardastes os beijos
em gavetas coloridas
do fundo da alma.
Vez por outra
soltava-os,
como pássaros esguios
a sobrevoar silenciosamente
os sonhos dos poetas
Em outras,
os mantinham trancafiados,
para contrabandear desejos
nas noites disfarçadas
de esperança.
Tua boca fechadura,
minha palavra
tentava ser a chave
num cromático mundo
entre frestas e entreabertas formas de te colorir.