Emprestado

Que se rasgue o véu

Que tudo se revele

Não hajam meias palavras

Que a boca não se sele

Que os silêncios enlouqueçam

Que os ouvidos a tudo escutem

Que haja mais luz e a tudo enriqueça

Que haja pelo que se lute

Dispo-me completamente

Solto-me do manto negro,

Da infindável tristeza

Revelo tudo de minha alma

Tiro o véu esfarrapado

Desse sofrimento

E dos sofrimentos passados

Me desnudo

Revelo a triste alma

No olhar que dou a ti

Com toda minha calma

Olho-me ao espelho da vida

Vejo uma alma desnutrida

Nua de ressentimentos

Despida de ilusão

Ferida no coração

Mesmo assim contigo não luto

E é assim que sigo em frente

E mesmo em silêncio

Desminto tuas mortíferas palavras

Todas muito pesadas

E nas vestes rotas do tormento

Que tanto já me fez chorar

Da tristeza que sem perguntar

Me pegou nos braços e largou no vento

O tempo fez-me voar

Fez-me esperar

Mas os maus momentos

Já não quero recordar

Peço emprestado ao destino

O que me estive a sonhar

Alguns sorrisos coloridos

Momentos lindos para escrever a história

Dos sentimentos que vivem escondidos

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 15/04/2024
Código do texto: T8042477
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