Emprestado
Que se rasgue o véu
Que tudo se revele
Não hajam meias palavras
Que a boca não se sele
Que os silêncios enlouqueçam
Que os ouvidos a tudo escutem
Que haja mais luz e a tudo enriqueça
Que haja pelo que se lute
Dispo-me completamente
Solto-me do manto negro,
Da infindável tristeza
Revelo tudo de minha alma
Tiro o véu esfarrapado
Desse sofrimento
E dos sofrimentos passados
Me desnudo
Revelo a triste alma
No olhar que dou a ti
Com toda minha calma
Olho-me ao espelho da vida
Vejo uma alma desnutrida
Nua de ressentimentos
Despida de ilusão
Ferida no coração
Mesmo assim contigo não luto
E é assim que sigo em frente
E mesmo em silêncio
Desminto tuas mortíferas palavras
Todas muito pesadas
E nas vestes rotas do tormento
Que tanto já me fez chorar
Da tristeza que sem perguntar
Me pegou nos braços e largou no vento
O tempo fez-me voar
Fez-me esperar
Mas os maus momentos
Já não quero recordar
Peço emprestado ao destino
O que me estive a sonhar
Alguns sorrisos coloridos
Momentos lindos para escrever a história
Dos sentimentos que vivem escondidos