Eco das Páginas em Branco
Na solidão das páginas em branco, sou apenas eu quem permanece,
Poetizando sobre a dor, o amor, a vida, sem ter alguém que me conheça.
Sou o narrador das histórias, o artífice dos versos que não acabam,
Mas nas entrelinhas das escritas, quem eu sou afinal?
Escrevo sobre paixões ardentes, sobre os prantos de saudade,
Mas sou apenas um espectador da minha própria verdade.
Crio personagens e cenários, onde a vida segue em frente,
Mas no palco das minhas palavras, quem sou eu?
Sou apenas um eco de emoções, o eco dos suspiros das almas,
Um viajante solitário em busca da própria calma.
Sempre escrevendo, nunca sendo o protagonista da cena,
Na poesia que crio, sou apenas o observador, nunca o observado.
Como é estranho habitar este mundo de tintas e papéis,
Onde sou apenas um arquiteto de estrofes, mas nunca o peregrino fiel.
Sou o poeta que poetiza, mas nunca poetizado,
Um mero reflexos das sombras, num universo inacabado.
Mas assim sigo, entre poesias e metáforas, sem um fim à vista,
Na fútil esperança de um dia ser um pouco mais do que um artista.
Mas enquanto as palavras fluírem, enquanto a inspiração me guia,
Continuarei aqui, poetizando a vida, mesmo sem dela participar.