Na Terra de Todos se Cultiva Saudade Nessa terra de ninguém e de todos Nesse chão o qual pisamos e que somos Na vontade que sai do peito todos os dias Na força que sai das mãos em plena alegria Tem um poder irreverente na hora do meio-dia. Nesse torrão de barro que assola a terra De muitos que com enxada em punho enterra Seus plantios, os irmãos, os animais de coração; A alegria da irrigação, o rio aberto e a razão Nascem cactos com coloridas flores em oração. E as cantigas que saem da alma acordam a lua E o seu povo abraça a terra que é toda sua Com fé e com ações mudam a realidade Plantam poesia, prosa, cordéis com a verdade No centro da vida também se cultiva saudade.