ANSIEDADE POR VIDA

ANSIEDADE POR VIDA

 

Quase sempre olha-se o passado,

Pois é tudo que está nos livros,

Mas, saber quem foi o coitado,

Não quer dizer quais motivos.

 

O que lemos é obra dos donos,

Sejam nos papiros ou com penas,

E não quer verdades e abonos,

Mas, apenas que hajam mecenas.

 

Sofrendo a ansiedade por vida,

Lá estava o poeta e a ciência,

Onde todos buscavam na medida,

O que fosse lhes dar paciência.

 

Então, chegou a pior depressão,

Com a homônima tez financeira,

Pois não ter no lar diversão,

E viver só pensando na feira.

 

Sempre foi o viés da memória,

Que guardamos no cerne celular,

Quando a vida cheia de glória,

É aquela buscando se perpetuar.

 

Todos querem a vida eterna,

E que seja aqui nessa tocada,

Mas o gozo e dor que alterna,

Nos diz que a vida se acaba.

 

Essa alternância é dialética,

Com debates de cunho político,

Mas é certo também ser patética,

Quando preza um amor satírico.

 

Por ouvir que amor não se acha,

Mas se constrói nos dias de sal,

É que a ansiedade se encaixa,

Nas vontades de saber o final.

 

Pois quando alguém se afoga,

E perdura nas ondas do mar,

É sinal que nos deixa a sobra,

Porque a vida é sol e luar.