Instantes desvelados
Cor púrpura, tons lilás
Território marcado
Emoções descompassadas
Dor ao processar
Afunda no corpo
Atravessa a alma
Como flecha apontada
Infinito que acerta a presença
Cobra a expressão
Exige a ação
Não espera, desacelera
Pressiona o encontro
A essência se revela
Bela, acanhada
Não sabe sua forma
Deforma, descobre, desenterra
Recupera a si mesma
Em partes soltas, antes cobertas
Agora escancarradas
Berram em silêncio
Se fazem ser ouvidas
Ainda que não verbalize
Um som, mudo
Mas não cego
Projeta o inconsciente
De forma irreverente
Cria novas melodias
Acertando o tom
No final
Resultado estranho
Bom, mas diferente de antes
Segurança que não desorganiza
Química que mistura
Não destrói a outra
Compasso ritimado
Camadas doces e violentas
Não sei decifrar
O que sinto me eleva
Me leva, longe demais
Talvez eu deva ir
Mas também quero ficar
Que estranho esse ensaio
Sentir sem me apegar
Deixar ser, estar
Desfrutar a entrega
Na totalidade do agora
Coleciono instantes
Momentos marcantes
Histórias para contar
De uma vida sentida
Não mais repetida
Simplesmente bailar