PRENÚNCIO

Uma força se agita imponente e sem igual

O futuro se desenha na aura da manhã

À forma de Kinzadi*

Para que, ali, todos o vejam, cru e nítido

Mas ainda assim, na terra batida e parada

Em sua calma aparente —

Alguns envoltos no escuro, caminham

Alheios ao perigo iminente

Enquanto murmúrios de terror ecoam

Ecoam

E um certo horror se alastra

Até a este lugar

Oh Nobre nosso mergulhado em grandezas

Tendes vós ouvidos para ouvir?

É o chamado da onda que cresce e ruge

Pois em suas profundezas

Reside o destino na terra e nos homens

Sim, um recado se desdobra no ar, claro

E distinto

O futuro está em debuxo no presente

Para que, desde agora, todos o contemplem —

Se sois veros descendentes do clã felino

Deis-me a saber:

Quem antes, entre vós

Relembra o passado?

Quem os ensinamentos dos avós?

Oh Nobre e comitiva imersos em rapinas

— Urge mudardes comportamentos vis

Que causam danos à esta terra —

Coisa estranha se aproxima no horizonte

E é prenúncio de tempos difíceis

Embora fáceis de desvendar — isto sim

Mas tendes vós vistas para ver?

Abram vistas ao ver e ouvidos ao ouvir

Que algo sinistro se aproxima no horizonte!

Redigido em Kimbundu.

Tradução portuguesa do autor.