TEMPESTIVO

Hei de perceber

teu silêncio,

um laivo que seja,

para compreender

o sabor que o tempo

conserva

no fruto imberbe,

enquanto

não se consuma

a circunferência

do ponteiro.

Cultivar-me

em necessárias esperas,

conhecendo

a liturgia da semente

e suas sábias desabrochaduras.

Conjugar

a paciência

para que a azáfama

não seja uma rima...

uma penitência.

Descarnar a polpa

na medida exata

do cerne,

no que

concerne

a hora certa do porvir.

Haverá um tempo,

lápide do desejo,

que será preciso

hibernar,

talvez morrer,

para ressuscitar em ti.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 31/03/2024
Código do texto: T8032074
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