Rubra terra

Envolta em pensamentos

Perdida nesse tempo

Olhando para a vida

Observando os momentos

Um vento que atiça

Folhas que dançam

No céu as nuvens

Se movem devagar

Enquanto em vôu, pairando

Uma ave no céu a bailar

A vida continua

Nada fica no mesmo lugar

Só os sentimentos

Insistem em ficar

E nesse tempo de olhar

A vida e tudo que nela há

Dou-me conta da insignificância

Do que somos sem vaidade

Do que nos tornamos

Do pouco pó que somos

Dei-me conta do destino

Estou em um pedaço de caminho

Dei-me conta da fragilidade

Do que não controlamos de verdade

Do que agora sob os pés

No amanhã sobre estará

Um torrão que nessa vida

Tantos fazem mais valer

E eu, contemplativa,

Só queria te ver

E já faz uma eternidade

Sem que nem por piedade

Fez-se por instante, presente

E nessa viagem

Onde a vida vai ficando

Pela janela olhando

Sigo te procurando

Mas sigo

Sem queixa

Só cansaço

Pois já se mostra

Essa estrada tão alheia

Com aspecto de morta

Tudo fez-se só sonho

E tudo mais já me é enfadonho

Sinto que pisas

Nas terras rubras

Derramando o quente sangue

Sem qualquer piedade

Espero que ao menos cubra

Com doces palavras esse corpo

Crie assim um leve manto

Onde possa eternamente

Repousar em descanso

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 30/03/2024
Reeditado em 30/03/2024
Código do texto: T8031419
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