NADA POSSO FAZER, SENÃO POESIA.
Anjos e demônios definham-se.
Do conflito crer-não-crer,
salva-se assustada a alma.
Surrada, isenta de opiniões,
ela pressente a maldade
nas invenções religiosas.
Ninguém é obrigado a crer
ou a descrer. Temo pela
inocência dos pequenos.
Temo pelo fanatismo dos
sem-virtude.
Temo pela inteligência,
subornada pelo dinheiro...
corrompida pela razão.
Fecho os olhos para o que
está por vir. Para o que já passou,
não dá pra abrir.
Só, nada posso fazer,
senão poesia.