Passeio Ousado

 

Mastigo a saudade junto ao vento que passa

Mastigo a fome de tudo que hoje é nada

Degusto os sonhos na cor encarnada

E bailo na noite a mergulhar acordada.

 

Entre lençóis finos voo livre sem asas

Não sei o destino não traço a chegada

Mastigo a saudade com cachaça safada, 

Sangria, tequila ou vinho de outras safras

O certo é que degusto o que sinto do nada.

 

Degusto segredos das fontes encantadas

Onde passam seres a beber sem mágoa, 

Saio da caverna de Platão bem ousada

Sem deformação a realidade é tudo nunca nada.