OS DIAS
OS DIAS
A solidão é um lar obscuro,
Retrato de quem vê miragens,
Onde o caos, sem sol, é escuro,
Pois as estrelas são viagens.
Distante de todos, nada somos,
Mesmo que uma mensagem alcance,
Pois falta calor onde estamos,
Ou mesmo o frio sem romance.
Se não presta atenção, reclamam,
Mas é bom saber desse embate,
Mostrando a falta de quem amam,
Retratos de tudo e um arremate.
Orar faz um bem ao coração,
Que às vezes está emocionado,
Mas sempre é fruto da emoção,
De ver quem está ao seu lado.
Os dias são sempre repetições,
Se vai acordar com sede e fome,
Mas pode sem o fim de estações,
Ou para enterrar aquele homem.
Se o corpo adoece e a mente pira,
Como então será a nossa velhice?
Será cheia de enjoo ou de birra,
Ou vira incerteza do que disse?
Nós temos alzheimer e parkinson,
Mas temos bem mais esperanças,
Pois tudo é mais ágil e fácil,
Mesmo quando a morte alcança.