Passageiro
Dois pontos e no meio a estrada.
Tudo ou nada. Subsistência ou vida.
Resta saber porque vieste.
Por que te incomoda as ruas desertas.
Qual o lado da moeda.
O tempo passa e os dois pontos
geometricamente ficam intactos.
O dia corre e a noite se aproxima, aproxima
A adormecer árida e no raiar do dia pálida,
parada, entorpecida.
Saiste a rua e um tornado te pegou banguela,
Veio um carro do nada, do nada
Veio atropelar a tua hora, a hora
És produto do meio, meio que é quase nada
Nada, nada, nada.
Nada ou tudo no grande universo da vida?
Vem, muda as vestes, faz a coreografia,
Aruma o palco pois hoje, hoje, hoje
Tem espetáculo? Tem Sim Senhor.