Estagnação
Há uma mão que cala a boca
Antes do que devia ser dito
E uma febre muito louca
Que se inflama em um coração aflito.
Há uma língua que se inquieta entre os dentes,
Que é tomada por dialetos rebuscados,
Mas se cala frenética e sofregamente
Diante do quadro inacabado.
Dorme o que precisa ser vomitado
De uma vez por toda dilacerado.
Quando se põe em sentido de oratória
Não sai mais do que um rabiscado.