Entre dois lados do Eu Obtuso

 

Sai pela janela uma turva imagem febril 

É apenas um covarde, débil,  frágil

Que não aguenta o peso do que carrega,

Essa imagem do turvo instante

É de alguém que vaguei em tom errante.

 

As contas acordam e adormecem sem somas

E segue a dormir o engano do ter esperanças 

Entre lençóis perfumados e cúmplices 

O trevo da sorte é amassado junto a dores arrogantes.

 

É uma roleta russa, dias parvos e sombrios,

É um leque a abanar o calor senil,

Uma tomada inexorável do que poderia ser anil.

No abrir das cortinas as entranhas fugiu a mil.