Penso em ti

No tempo que tem passado

Tanta coisa tem me lembrado

Dos sonhos outrora tidos

Mas nunca vividos

E me agonia tanta ausência

Tantas palavras frias

Tanta indiferença

Nesse calar que muito anuncia

E nesse tempo que passa

Vagaroso

De pirraça

Nada se apaga

Se uma música toca

Logo me transporta

E a memória volta

Na noite silenciosa

Quando tudo é nada

E o silêncio faz seus ruídos

Sendo ainda silêncio

Volta à memória

Do riso, do assobio

Dá por dentro um calafrio

E na madrugada

Sozinha e cansada

Me transporto ao encontro

Do dono dos meus sonhos

E nas lembranças do passado

O tempo se faz eterno

Permanecendo o silêncio

Nem um som

Só meus lamentos

Inútil expressar desse sentimento

Que insiste em ficar sem consentimento

Noturno silêncio que transporta para o nada

Para onde sempre estará o nada

Fazendo assim ser esse silêncio repleto de nada

Noturno nada

Nada na madrugada

Nem mesmo o som da morte

Que quisera eu ter a sorte

Desse sentimento viver

Fazendo da noite

Um cemitério voraz

Sugando tudo que fosse capaz

E morresse assim meus pensamentos

Que vivem e convertem à ti

Vivo e morro por pensar em ti

Penso em ti no silêncio da noite

Penso em ti no barulho que leva o silêncio

Penso em ti quando tudo é nada

Penso em ti quando a alma se acalma

Penso em ti nos gritos da dor que rasga

Penso em ti no sussurro que somente a mim diz

Penso em ti nos ruídos que há no silêncio

Penso em ti no próprio silêncio

Então, sozinha de mim, penso em ti

Penso em ti guardando cada palavra

Penso em ti e nada nunca é nada

Sou passageira parada

Seguindo sem estrada

E até assim

Penso em ti

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 03/03/2024
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T8012044
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