Penso em ti
No tempo que tem passado
Tanta coisa tem me lembrado
Dos sonhos outrora tidos
Mas nunca vividos
E me agonia tanta ausência
Tantas palavras frias
Tanta indiferença
Nesse calar que muito anuncia
E nesse tempo que passa
Vagaroso
De pirraça
Nada se apaga
Se uma música toca
Logo me transporta
E a memória volta
Na noite silenciosa
Quando tudo é nada
E o silêncio faz seus ruídos
Sendo ainda silêncio
Volta à memória
Do riso, do assobio
Dá por dentro um calafrio
E na madrugada
Sozinha e cansada
Me transporto ao encontro
Do dono dos meus sonhos
E nas lembranças do passado
O tempo se faz eterno
Permanecendo o silêncio
Nem um som
Só meus lamentos
Inútil expressar desse sentimento
Que insiste em ficar sem consentimento
Noturno silêncio que transporta para o nada
Para onde sempre estará o nada
Fazendo assim ser esse silêncio repleto de nada
Noturno nada
Nada na madrugada
Nem mesmo o som da morte
Que quisera eu ter a sorte
Desse sentimento viver
Fazendo da noite
Um cemitério voraz
Sugando tudo que fosse capaz
E morresse assim meus pensamentos
Que vivem e convertem à ti
Vivo e morro por pensar em ti
Penso em ti no silêncio da noite
Penso em ti no barulho que leva o silêncio
Penso em ti quando tudo é nada
Penso em ti quando a alma se acalma
Penso em ti nos gritos da dor que rasga
Penso em ti no sussurro que somente a mim diz
Penso em ti nos ruídos que há no silêncio
Penso em ti no próprio silêncio
Então, sozinha de mim, penso em ti
Penso em ti guardando cada palavra
Penso em ti e nada nunca é nada
Sou passageira parada
Seguindo sem estrada
E até assim
Penso em ti