SENHORES DE TUDO

SENHORES DE TUDO

 

Estamos cada vez mais dependentes,

Quando tudo é robotizado e elétrico,

E nada mais é feito artesanalmente,

A não ser para um louco profético.

 

Não devíamos fazer prédios e torres,

Pois os elevadores não são atômicos,

Mas não somos cyborgs, como atores,

Se nadar aos Açores, levam-se anos.

 

Todo avanço do mundo exige energia,

Com a tecnologia que leva ao Cosmos,

Mas descuidamos do mar que nos cria,

Tornando-o um lixão sem propósitos.

 

Morrem os peixes e as tartarugas,

E a natureza de hoje não resiste,

Fazendo do solo uma lua com rugas,

Com a mineração que tanto insiste.

 

Agimos como os senhores de tudo,

Mas nos esquecemos da cosmovisão,

Tão pequenos, mas sempre de luto,

Querendo ser o verbo da criação.

 

Saber que a vida é só uma etapa,

É tão necessário o quanto é amar,

Mas, fazer desse lar um camarada,

É como poderemos viver e sonhar.

 

Quem busca saber, mas não transmite,

Volta ao chão sem saber qual razão,

Pois só a inteligência nos permite,

Sermos coerentes com a boa versão.

 

Pensemos nos mistérios da vida,

No porquê vivemos, sendo frágeis,

Sendo só na união que convida,

A razão que nos faz responsáveis.

 

Se dependermos só do planeta,

Seremos extintos naturalmente,

Mas somos a régua e a caneta,

Que nos faz sãos ou doentes.