MINHAS MEMÓRIAS

MINHAS MEMÓRIAS

 

Eu gostaria de minhas memórias,

Em cada passado pelas dimensões,

Em cada sereno e suas histórias,

Com suas vitórias e lamentações.

 

Eu nem imagino se era num barco,

Ou na astronave sobre um quasar,

Mas fico com o olhar em Hiparco,

Ou em Aristarco para não sonhar.

 

No tempo em que éramos trogloditas,

Surgiram os gênios e matemáticos,

Além de astrônomos e alquimistas,

Mas eles nunca foram enfáticos.

 

Haviam incertezas de mares e rios,

Andando sem luz, temendo as trevas,

Onde todos se abrigavam do frio,

Porque só conheciam as cavernas.

 

Hoje há muito do que sorrir,

Se o frio e o calor conhecemos,

Como a chuva que há de vir,

E o inverno ou verão extremos.

 

Nós colhemos frutos por todo ano,

Pois já domesticamos as estações,

Gradeando, adubando e irrigando,

Colhendo frutos de todas nações.

 

Não há apenas maçãs argentinas,

Nem o cacau colho só na Bahia,

Pois o gado, depois das vacinas,

Tem mais leite que na ambrosia.

 

Mas nós somos ainda o bárbaro,

No sentido pior que eu tenho,

Pois aceitam matar sem pecado,

Ou querendo tomar seu veneno.

 

O futuro talvez nos escape,

Se não aprendermos a conviver,

E o diálogo pede que eu cale,

Se minha fala não te convencer.