Amor pra sempre
Entre tantos caminhantes
Seguimos nossas vidas
Caminhos verdejantes
Estradas cinzas
Uns chegam fazendo tempestade
Outros são águas paradas
Entre juramentos a eternidade
Perpetua-se por tempo findo
Usam as palavras
As deixam perfiladas
Chegam a soar como um hino
Mas no tempo inesperado
Um coração vira pedaços
E entre fugaz esperança
Vai achando na lembrança
Razão para não descrer
Que o agora não é para sempre
É apenas um tempo demente
Logo irá amanhecer
E na luz do novo dia
A realidade fria
Faz o corpo exaurido
Render-se ao que translúcido
Se revela entre ausência
E os sons desse estrondoso silêncio
Há quem diga que o amor
Existe tantas ou quantas vezes
À ele se proponha
Mas talvez haja um engano
Entre o sentimento sano
E o que surge da loucura de um viver
A verdadeira frequência
Entre a verdadeira essência
De duas almas
De dois seres
Guarda em si toda calma
É completo sem porém
A necessidade do outro alguém
É alimento do desejo
Da vontade do beijo
A resiliência se contenta
Com o pouquinho que se tem
Quem ama leva consigo
Tudo que foi sentido
Sem buscar por ninguém
E depois de longos anos
Já partindo dessa vida
A memória só suplica
Pelo amor que ainda tem
E mesmo sem despedida
Se parte dessa vida
Amando esse alguém
E antes disso
Para não perder o juízo
Pode ser até possível
Aprender a gostar de alguém
Mas o amor é nessa vida
Apenas de uma alma
Encontrado em uma única frequência
E mesmo que não fôra correspondido
Em um coração foi sentido
E em sua grandeza
Encontra até nas lágrimas
Um sútil sorriso