Entre tudo
Senhor, diante tuas palavras
Friamente contra mim lançadas
Não restou-me nada
Senão partir com a alma triste
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca antes vistes
Que nunca nem tristes vistes
Nem por outros
Nem por ti
Nunca assim os vistes por ninguém
Tão tristes, tão saudosos,
Como nunca tão chorosos
Tão doentes da partida,
Tão feridos pela despedida,
Tão cansados, tão silenciados,
Infelizes nessa vida
Do fim mais desejosos
Infinitas vezes que da vida
Coração partido
Totalmente desprovido
Das ilusões antes sentidas
Nas palavras perdidas
Partem tão tristes os tristes
Tão o fora de esperar pelo bem
Nunca tão tristes me vistes
Nem você e nem ninguém
E se é pelo amor que vale a pena
Viver o que no amor se tem
Não tenho eu amor que valha
Que viver nem convém
Que triste sepultura
Sem uma só flor de alguém
Um nome que não diz nada
Para absolutamente ninguém
Terra abandonada
Cujo corpo não diz nada
É um fim já tardio
Cheio de poeira e calafrios
A infeliz esperança
Morreu ainda em criança
Tu já bem sabias
Que em minha vida não ficarias
Já nas primeiras palavras
Me fiz enganada
Se errei tu sabes bem
A razão, cada porque
Os meus medos
Não te foram segredos
E nasceram de você
A tardança diz-me tudo
E por isso meu sepulcro
Nem vela há de ter
Não há glória
Não há um porque
Que explique corretamente
Como ainda amo você