Entre tudo

Senhor, diante tuas palavras

Friamente contra mim lançadas

Não restou-me nada

Senão partir com a alma triste

Meus olhos por vós, meu bem,

Que nunca antes vistes

Que nunca nem tristes vistes

Nem por outros

Nem por ti

Nunca assim os vistes por ninguém

Tão tristes, tão saudosos,

Como nunca tão chorosos

Tão doentes da partida,

Tão feridos pela despedida,

Tão cansados, tão silenciados,

Infelizes nessa vida

Do fim mais desejosos

Infinitas vezes que da vida

Coração partido

Totalmente desprovido

Das ilusões antes sentidas

Nas palavras perdidas

Partem tão tristes os tristes

Tão o fora de esperar pelo bem

Nunca tão tristes me vistes

Nem você e nem ninguém

E se é pelo amor que vale a pena

Viver o que no amor se tem

Não tenho eu amor que valha

Que viver nem convém

Que triste sepultura

Sem uma só flor de alguém

Um nome que não diz nada

Para absolutamente ninguém

Terra abandonada

Cujo corpo não diz nada

É um fim já tardio

Cheio de poeira e calafrios

A infeliz esperança

Morreu ainda em criança

Tu já bem sabias

Que em minha vida não ficarias

Já nas primeiras palavras

Me fiz enganada

Se errei tu sabes bem

A razão, cada porque

Os meus medos

Não te foram segredos

E nasceram de você

A tardança diz-me tudo

E por isso meu sepulcro

Nem vela há de ter

Não há glória

Não há um porque

Que explique corretamente

Como ainda amo você

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 10/02/2024
Reeditado em 10/02/2024
Código do texto: T7996416
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