INTRA-OCULAR

Tento traduzir

o magnetismo

dos teus olhos,

em um pólo

desconverso

das certezas do olhar,

no outro,

desconexo fico,

das dúvidas do mirar,

neste jeito bipolar.

Teus versos

escrevo

com a visão da alma,

me anima fazê-lo

na forma animal

da sua anímica face.

E,

em face

do que descrevo,

o convexo,

parece-me,

convicto

de ser verdadeiro sexo,

enquanto

o côncavo,

é o leito

que me faz

escravo

carente de um amplexo.

Nada mais

tem nexo,

na atração

eu me chego

se do lado certo

ou pelo avesso,

no verso meigo

ou no inverso,

és janela,

onde em

tuas retinas

me invento,

me inverto,

me defenestro

e penetro,

em teus sestros,

sem ser aceito,

para dentro

do teu peito.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 10/02/2024
Código do texto: T7995884
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