INTRA-OCULAR
Tento traduzir
o magnetismo
dos teus olhos,
em um pólo
desconverso
das certezas do olhar,
no outro,
desconexo fico,
das dúvidas do mirar,
neste jeito bipolar.
Teus versos
escrevo
com a visão da alma,
me anima fazê-lo
na forma animal
da sua anímica face.
E,
em face
do que descrevo,
o convexo,
parece-me,
convicto
de ser verdadeiro sexo,
enquanto
o côncavo,
é o leito
que me faz
escravo
carente de um amplexo.
Nada mais
tem nexo,
na atração
eu me chego
se do lado certo
ou pelo avesso,
no verso meigo
ou no inverso,
és janela,
onde em
tuas retinas
me invento,
me inverto,
me defenestro
e penetro,
em teus sestros,
sem ser aceito,
para dentro
do teu peito.