INDISSOLÚVEIS
Muitas vezes
me vejo na companhia
dos pensamentos.
São caninamente fiéis
aos momentos solitários.
Entaria neles se pudesse!
Tenho para mim,
se cumpliciaram
com os sonhos da madrugada.
Querem me dizer algo,
ainda não compreendo
as entrelinhas
da sua liturgia.
Talvez mais tarde,
quando a solidão
me ofertar flores ...
e quem mais
se sentir pesaroso.
Ambos são diligentes,
me vestem com suas cores, ...
um pouco das dores,
dos vãos amores.
Sim, eles vão!
Esculpem-me algo
que o cinzel do tempo
não consegue apagar.
Ah, esses pensamentos!
E esses sonhos!?
Pedagógicos
na melhor forma da mudez.
O que seria de cada silêncio sem eles ?
Não tenho palavras
para expressar!