O CARRASCO NO ATO
O CARRASCO NO ATO
O que pensa o carrasco no ato,
Naquele que tira a vida alheia?
Qual a lógica que há no contrato,
Se a própria vida lhe permeia?
Toda luz que há no Universo,
É um acaso ou certeza de vida,
Pois é pura energia ou verso,
Que declamo até na despedida.
Se não conheço quem sobreviva,
Só espero viver como eu gosto,
Pois ninguém é o dono da vida,
Sendo a soma de lados opostos.
Se vamos morrer nalgum dia,
Porque devo tirar outra vida?
Se não quero ter essa agonia,
De saber que não há despedida.
Em vez de se armar para morte,
Deveríamos viver para aprender,
Pois o conhecimento é um norte,
Dos caminhos que editam o ser.
Isso vale para quem nos julga,
Pois a regra será dos algozes,
Onde o certo é como uma multa,
Que só aflige fracos e pobres.
Toda lei serve aos poderosos,
Como a Força que tudo impõe,
E por isso não chame de nossos,
Os castigos que não são de mãe.