A VIDA DE HOJE

A VIDA DE HOJE

 

Antes a valia era a força bruta,

Como nos idos de Zeus e Hércules,

Mas eu soube que até Zaratustra,

Questionava homens e mulheres.

 

Ele queria definir nossa crença,

Com o que pensava sobre o mundo,

Ao sonhar com tristeza e doença,

E querer o melhor para o mundo.

 

Tão somente pôs a culpa em Deus,

Sem querer, pois quis o contrário,

Questionando aos que fossem ateus,

Que havia outro modo ou cenário.

 

O homem se cercou com tesouros,

Ao achar que ter ouro salvava,

Sem pensar que até os besouros,

São agentes do que lhe bastava.

 

Nada no mundo é sem propósito,

Até mesmo os escrotos humanos,

Que não passam de algo irrisório,

Se a média de vida são os anos.

 

Dependemos de tudo no mundo,

E por isso é que somos onívoros,

Porque a vida é um breve segundo,

Na história que tanto elaboro.

 

Essa terra é que gera o que vejo,

Pois as estrelas estão no espaço,

Mas às vezes sou um puro bocejo,

Tão cansado das coisas que faço.

 

Eu queria sentar nas varandas,

E ficar contemplando a criação,

Conversando com corsas e pandas,

Como foi São Francisco em ação.

 

Mas a vida de hoje é sem tempo,

Sem amor, sem carinho e atenção,

Pois vivemos no mundo do vento,

Só correndo, sem saber a canção.

 

Se está tudo indo com o vento,

E a terra se abriu lá em África,

Ou a noite surgiu em Sacramento,

E a geleira deixou a Antártida.

 

É sinal de novo fim de ciclo,

Só mais breve por causa de nós,

Desde quando há um monociclo,

Mas queremos foguetes e sóis.