FUGA
Houve um tempo,
distante das coisas
do passado,
que havia poeira sob os pés.
Andávamos
e nos víamos nas
cicatrizes das pegadas.
Não era apenas passos,
era uma jornada
para alguns dos infinitos.
A estrada era nossa constelação,
onde cintilávamos
com o melhor brilho
dos amanhãs.
Os trilhos que regiam
as manhãs
não eram vagos,
eram nossos vagões!
De tanto sonharmos,
preenchemos as nuvens
com a espuma daquilo
que éramos,
no leito que dormíamos
nas insones noites de amor.
Mas ainda faltava algo,
e sua ausência veio
me dizer.
Não procurei traduzir
as linhas do silêncio
e no desconhecimento
da caligrafia d'alma,
seu corpo se evadiu
e me deixou
na companhia perpétua
da saudade.