Confins de janeiro

Encerra-se a procissão de Iemanjá

Por atlânticas águas que dormem

salgando as praias em fervo bom

foram dias de ousadas belezas

vida ao bronze em sol intenso

tropicais recordações remanescem

como uma sensação selvagem

de corpo e exuberância febris

em sagrada redenção terrena

Janeiro é a saudade do princípio

Seu fim é um adeus ao mistério

daquilo que é recente e existe

Tempo de quem ama o mar

E o transforma em poesia

Época de festas suntuosas

E de recolhimento para si

Impera o ócio, a maré alta

Longínquo de obrigações

É Tempo de quem ama

De quem se deixa levar

por brisa inconfundível

Janus dos ciclos

Esvai-se leve com a chuva

anuncia o retorno da razão

nos carnavais do porvir

mascarando a dureza

com belíssimas cores

antes que o ano

novamente se revele

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 31/01/2024
Código do texto: T7989303
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