Sou

Se me perguntas

Quem sou eu

Sem qualquer pressa

Respondo da maneira mais correta

Sou a saudade

Do que na verdade

Nunca comigo ficou

Sou a vontade

Cuja saciedade

Se faria no teu amor

Sou eterna despedida

Por nunca quere-me em sua vida

E não ser o teu amor

Sou a dor mais profunda

O que me faz moribunda

Mendigando por amor

Sou aquela que faminta

Fica a espera de que sinta

Um pouquinho da minha dor

Sou andarilha

Pelo mundo maltrapilha

Em caminhos só de dor

Sou o choro que não finda

Por viver essa minha sina

Nesse mar que sempre estou

Sou aquela esquecida

Entre memórias que não fixam

Por não ser por você querida

Sou o que não importa

Aquela que não tem porta

Só estrada, poeira e dor

Sou apenas passagem

Parte temporária da paisagem

Não sigo em memoriais

Sou irrelevante

Nunca tida antes

Para alguém como importante

Sou como a poeira

Que apenas incomoda

E melhor se fica depois de ir embora

Sou o que não se deseja

E se espera que não seja

Demorada a estada

Não sou o sonho

Sou pesadelo medonho

Que despertado se esquece

Sou saudade de um mundo

Onde tudo antes mudaria em um instante

Sou o que não sou

Sou o que você diz que sou

Sou porque sou

Sou falta

Sou excesso

Sou amor

Sou dor

Sou de sonhos

Sou o pesadelo

Sou lágrimas

Sou silêncio

Fui palavras

Pra você fui tormento

Sou solidão

Sou mãos vazias

Sou espera

Sou desesperança

Sou tudo que é em vão

Sou sem sentido

Sou o grito

Só não sou

Nada que diz que sou

Mas te permito

Dizer que minto

E tudo antes dito

Será o que sou

Mas no fim

Quando não houver

Mais nada de mim

Lembrarás que fui só amor

Hoje nada sou

Ou sou

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 30/01/2024
Código do texto: T7988493
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