NO CAMINHO
NO CAMINHO
Dias de aniversário são datas,
E apenas datas de anos solares,
Onde olhamos estrelas cordatas,
Que nos indicam novos lugares.
Se vou navegar eu vejo estrelas,
E se estou gravitando, sou o sol,
E ao estar na lua ou vendo elas,
As Três Marias não me deixam só.
O mistério não é dia, mas rotação,
E a cadência traz manhã e tardes,
Diante do sol e nossa lua em ação,
Onde fico a imaginar se é verdade.
E descubro as mentiras que compro,
Mesmo não pagando em dinheiro,
Pois no conto de fadas tô pronto,
Contando as moedas do minhaeiro.
Só não digo na venda que sou rico,
Pois a nau afundou com os piratas,
E o pão já não faço com o trigo,
Se eu tenho o aipim e as batatas.
Faço escambo do que ainda sonho,
Pois eu abro portais imagéticos,
E meus olhos perduram o castanho,
Como um negro griot e poético.
Vou viver só apenas uns anos,
Pois a minha luz quer ser sol,
Pra fluir, viajar ou ter planos,
Como festa de um só girassol.
Terei mais aves do que ninhos,
Pois eu voo mais que ponho ovos,
Desde quando vi cobra e espinho,
No caminho em que me renovo.