UM NOVO OLHAR

UM NOVO OLHAR

 

Janeiro nos abre um novo olhar,

Mesmo que haja passado e futuro,

Pois é Janus a sempre imperar,

Para se enxergar no dia escuro.

 

Se ao menos quisermos prever,

O que pode vir em um instante,

A regra vem do que vimos ser,

Todos os dias, antes de antes.

 

Vi os jovens em busca do eterno,

E olhei cada álbum de família,

Vi as damas de saia e eu de terno,

Mas também dancei quadrilhas.

 

Me lembrei que morei em África,

Pois ela esteve perto um instante,

E os temperos da cor de páprica,

Que trazíamos da Índia distante.

 

Vi navios com os bucaneiros,

E lembrei de ciclone e tufão,

Vi as naus afundarem primeiro,

Pois o olho era do furacão.

 

Depois de ver mil translações,

Nada mais é surpresa ou susto,

A não ser que findem as paixões,

Ou a crença em algo mais justo.

 

Essa vida é mais do que espero,

Sob as bênçãos do Deus Universo,

Até não sendo a vida que quero,

Mas é tudo que digo em versos.