Células
Estar em um tempo novo
De desafios constantes
Cada pequeno instante
Traz algo relevante
Dias de diferentes histórias
Uma leves
Outras repletas de ânsia
Efeitos colaterais dessa vida
De tanta coisa pela veia vinda
Das lutas do dia a dia
Não há nada definido
Às vezes nem faz sentido
Como no início
Mas depois com o tempo passando
Outras dificuldades foram aumentando
Explicar afastamentos
E mesmo o abandono
Em momento delicado
Foi o motivo que me deslocava
Entre pensamentos atordoados
A mão que não havia
Me faz falta todos os dias
As palavras de incentivo
O carinho no ombro escolhido
E cada célula do meu corpo
Leem esse espaço vazio
Respondem com entrega
à esse mal que em meu corpo está
Sem que eu possa controlar
E eu já nem me importo mais
O meu corpo não me pertence
Meu espírito nem compreende
A razão para tanto
E esvai-se em pranto
Hoje já não me questiono
Com as razões que me trouxeram
Dia por dia
Mesmo sem companhia
Vivo o que nas células há
E se me perguntar
Sobre como tudo está
Facilmente te respondo
Vivo entre tantos
Em completo abandono
Mas já não reclamo
Há muito com o que me ocupar