TEMPESTADES NO AR
As cicadas já não cantam como dantes
Há sinais de mau presságio no aconchego
Dos ventos que adentram o cercado.
Quem salvará a pobre viúva da aflição?
Quem a salvará do insano Trovão?
A chuva está por perto e traz desgraça
Pois os pardais voam demasiado baixo
Alertando vacas prostradas no pasto
Sob um estendal de nuvens, cor de luto.
Haverá raios arrasando sanzalas mil
E quem abrigará o órfão das cheias?
Fidalgo e séquito, podeis vós responder?
A terra exala-nos um cheiro estranho
De sabor agridoce após a seca corrosiva
E os cães ladram aos vultos da ravina
Como que esconjurar o mal-estar do ar—
Vêm tempestades por aí, preparai-vos!
Redigido em Kimbundu.
Tradução portuguesa do autor.