Minha necessidade
Com os olhos úmidos
Uma dor profunda
O peito afunda
Um nó na garganta
E o peito sangra
Há tão pouco de mim
Respiro profundo
Minto dizendo que nada sinto
E nessa mentira
A dor se aprofunda
E nasce uma pergunta:
Será que um dia
Toda essa atitude fria
Será trocada pela falta
Que de mim o peito guarda?
A resposta é um silêncio
Daqueles bem barulhentos
E quando eu penso que passará
Cá estou eu a chorar
E um imenso vazio
Sinto abrir no meu peito
Me gritando que não tem mais jeito
E sonhar não é direito
Pois só aumentará
Toda essa dor que no peito há
Assim vou respirando
E outra vez tentando
De dentro de mim arrancar
Tudo que de você me faz recordar
Me engano entre as letras
As melodias que alto canto
Ocupando os pensamentos
Entre as teclas do piano
E as cordas desse que amo
Esse corpulento violoncelo
Mas quando o silêncio
Toma o espaço das notas
A memória me maltrata
Trazendo a mim, essa ingrata
A saudade de você
Mas não quero mais dizer
Quero e preciso te esquecer