Baú de memórias
Revirando o baú de minhas memórias
Dei-me conta de tanto
Não vi motivos para desejá-las
Somente trazem lembranças
Da criança que foi deixada
Nas memórias do abandono
Não ficaram os abraços
O caminhar lado a lado
O sentir-se aconchegado
São memórias solitárias
Cheias de desamparo
E de repente ao nelas mexer
Tanta dor me vi reviver
Chegando a de mim descrer
Fazendo com que eu fechasse
O baú com sua chave
E ao meu redor olhasse
Para assim perceber
Que nada mudou muito
Fora o fato
Da solidão ter aumentado
E eu ter experimentado
Um amor não concretizado
Meu mundo arrebentado
E ninguém do meu lado
No agora ou no passado
Esse fato não foi modificado
E como eu havia tentado
Não foi sem ter lutado
Preciso manter esse baú trancado
Abrí-lo agora é errado
Não há no presente
Razão para supor
Que todo esse amor
Voltará a ser sonhado