Passado e presente
Menina que olhando o céu via
Nas nuvens seus bichinhos encantados
Via passarinhos até dinossauros
Ao vê-los, sorria
Mal ela sabia
Que eram aqueles seus melhores momentos
Entre os sonhos, ventos
Na imaginação voava em pensamentos
Depois para o chão olhava
Pois logo um beliscão
No chão a pousava
E na realidade não havia encanto
Era muito mais pranto
A menina foi crescendo
Para o céu quase não olhava
Ouvia muitos gritos
Que para ela mostravam
Que no abandono
Não cabiam sonhos
Logo voltaria
A ser um cão sem dono
A menina já quase não sorria
No peito um aperto sentia
Ela tinha medo
Mas para ninguém ela dizia
Era no chuveiro
Que ela permitia
Rolarem as lágrimas
Por toda dor que ela sentia
Mas assim que desligava
E cessava a água
Ela secava as lágrimas
Respirava fundo
Se preparava para o mundo
E toda dor ela guardava
Tantas vezes ela quis
Que a vida chegasse ao fim
Tudo por não sentir
Ser amada por ninguém
Mas ela puxava o ar bem do fundo
De sua alma desolada
Tentando achar forças
E seguir em sua jornada
E o tempo passou
A menina levou
No lugar pôs uma moça
Com a mesma alma
Mas ela, diferente da menina,
Já não esperava por nada
Seguia sua sina
Evitando a calçada
Mantinha o coração
Longe da paixão
Por não crer
Que alguém dela quisesse saber
Tinha bem gravadas
Na memória do passado
Cada uma das palavras
Que contra ela foram lançadas
Então ela apenas seguia
Se mantendo fria
Até que um dia
Ela se apaixonou
Numa brincadeira
Que outro para ela planejou
Mas para ela
Ninguém sentiria por ela amor
E nessa crença
Ela deixou
Que falassem para ela
Que não precisava ser ela
E ela, por não crer nela,
Cedeu ao que para ela se pensou
E do amor que ela sentia
Só ela sabia
E quando tudo se revelou
Ela sozinha ficou
Voltou a ser como antes era
Totalmente descrente
De para ela haver
Um alguém nesse mundo
Capaz de olhá-la bem no fundo
E dizer-lhe ser ela seu grande amor
Pois ela crê apenas na dor
No agora ela respira
Buscando bem no fundo
Um pouco de ar
Para não sufocar