AFETO ÀS ESTRELAS

AFETO ÀS ESTRELAS

 

Se todos buscassem ser mestres,

As coisas seriam mais perfeitas,

Como o mel de abelhas silvestres,

E os exemplos de boas colheitas.

 

Se plantamos com a excelência,

Tudo flora e o fruto é melhor,

E a planta produz pra vivência,

Como os poros são para o suor.

 

Quem vê cara não vê o coração,

E a embalagem seduz quem compra,

Se agimos tomados pela emoção,

Mas a razão é que fecha a conta.

 

Eu espero alegria e concórdia,

Quando o mundo de joelhos orar,

Seja quando findar a discórdia,

Pois o Cosmos não vai reclamar.

 

No mistério afeto às estrelas,

Nem o sol nos dá sua atenção,

Mas aguarda que vá conhecê-las,

Seja vivo ou noutra dimensão.

 

Eu pensei em locais de descanso,

Então, programei parar em planetas,

Fiz um assento com penas de ganso,

E poetizei num jornal sem canetas.

 

Nos descansos ao longo do caminho,

Encontrei com Odin e velhos Titãs,

Celebrei com Thor e seu martelinho,

E vi as angústias de todos os fãs.

 

Na passagem vi asteróides e luas,

Onde fiz odes ao pequeno príncipe,

Conversei com rosas que riam nuas,

Entre ninfas com peles de lince.

 

Engraçado, foi olhar pra Mercúrio,

Que girava feliz e tão sorridente,

Pois Plutão preparava um mergulho,

Pra fugir com uma estrela cadente.

 

Só então, me lembrei de ser gente,

E de viver recluso em um planeta,

Sendo ocaso de um cometa doente,

Que caiu como um pirata perneta.