Calçada

Em um canto encolhida

Trêmula, quase sem vida

Delirante apenas pronunciava

Um único nome

Em um som quase inaudível

Por imensa dor terrível

O peito todo toma

Fica ela ali parada

Quase não se mexe

Esperando que o tempo

Traga o que é a cura do seu tormento

Mas quanto mais o tempo passa

Mais dela ele se afasta

E ela bem sabe

O tempo que cura

Também fere sem candura

E em seus devaneios

Ela pensou que seria só um tempo

Que a saudade o traria até ela

E todos os sofrimentos

Se extinguiriam no novo tempo

E sentada na calçada

Contou os minutos e as horas

Contou os dias e os meses

Se perdeu depois de um tempo

Já não sabia dizer

Há quanto tempo você se foi sem nada dizer

E perdida adoeceu

Sozinha se encolheu

Deixou o tempo e o silêncio

Serem como você quis e a fez saber

Ela não era nada

E ali naquela calçada

Deixou o tempo a dizer

Que não teria volta

E agora ela volta

Ao que antes estava a viver

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 26/11/2023
Código do texto: T7941078
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