Perdida em pensamentos
Entre tantos pensamentos
Me peguei devagando
Sobre meus sentimentos
E por um momento
Me veio a mente
Que talvez os meus sentimentos
Já não se levem para alguém que exista
Por ser o tempo um bom artista
E recriar a obra antes vista
Enquanto pensava
Também peguei-me intrigada
Pois já não sabia
Se a pessoa que eu amava
De fato na vida caminhava
Ou se era uma obra por mim criada
As certezas que eu tinha
Agora apenas cabiam
No que eu mesma sentia
Todo resto eu já não podia
Afirmar que existia
E tudo ficou muito confuso
Os sentimentos deram um pulo
Enquanto no peito
O coração cheio
Quase já não batia
E tudo nele doía
Vieram as lágrimas
Quando minha mente fora inundada
Por uma dúvida que a mim revelava
Ser eu pra você apenas nada
E na dúvida se de mim lembrava
Mesmo no silêncio das palavras
A certeza reluzia
E na poeira se desfazia
Qualquer miserável fantasia
Me sentindo derrotada
Deitei meu corpo na calçada
Sem me importar com mais nada
Ah! Meu belo moço
Se soubesse o tamanho desgosto
Que a ausência de tuas palavras
Vêm me causando nessa estrada
Me dirias qualquer palavra
Me tirarias da calçada
Ou apenas no que diria
Impugnaria qualquer fantasia
Me deixando definitiva
Na realidade presa
Pois o teu silêncio
Diz tanto e no tanto
Tantas coisas compreendo
Em alguns momentos
Diz-me morta ser nos teus planos
Noutros eu entendo
Precisar desse tempo
São as confusões dos meus pensamentos
Que confundem mais os meus sentimentos
Me perco todo tempo
Não encontro alento
Esperava que com o passar do tempo
Nascesse o meu esquecimento
Ou que os teus sentimentos
Te fizesse romper o silêncio
Duas esperanças que morrem todos os dias
Ficam as lembranças e as noites vazias