Amor enluarado
Amor enluarado, eclipsado por melancolia,
Construído por pensamentos soltos, desconexos,
Encadeados em acontecimentos que fogem do controle,
Não permitem planejamento, apenas se manifestam severamente,
Provocando medo.
Insegura, continuo caminhando,
Abstraindo a mente, dissociando das sensações do corpo
Para sobreviver e continuar a caminhar, a passos lentos,
Sem chão seguro, flutuo ao vento.
Dura como uma pedra, que em seu estado de relaxamento,
É rígida e não tem movimento,
Fica à espera de ser lançada, atravessada por um milagre
Que a lapida e dentro encontra um diamante,
Depois de muito friccionar, esfolar até quase a morte.
No instante que não mais resiste, renasce em brilho intenso
De um valor imensurável, como as profundezas
De um coração sensível que bate descompassado
E não desiste de pulsar, mesmo que quase infarte.