O TEMPO SE MOSTRA
O TEMPO SE MOSTRA
Todo inteiro requer as metades,
Mesmo quando no arco-iris são sete,
Sete cores pelas manhãs e tardes,
Como o leste se soma ao oeste.
Nosso corpo também tem metades,
Que se alinham em meio à coluna,
Sendo todo o passado e saudades,
Porque deles somos testemunha.
Muitos acham que é bom ser igual,
Mas a metralhadora atira em série,
E os tiros matam gente e animal,
Como se tudo fosse da intempérie.
Mas o tempo se mostra nas folhas,
Pois algumas delas secam e caem,
Mas na copa me escondo das bolhas,
Que, ao Sol, me diz: - Fica ou sai!
Nada mais é seguro nessa vida,
Quando vejo desertos na viagem,
Se é sonho ou visão que convida,
Como bombas a cair na garagem.
Explodem hospitais e as escolas,
Fazem até chacotas de esquartejado,
Com mísseis piores que pistolas,
Sem água e comida, só um fardo.
O que será que houve no mundo,
Se até quem sofreu hoje castiga,
Chamando a todos de vagabundo,
Querendo ser Deus, quem duvida?
Um povo que não reconhece profetas,
Porque já não sabem ler o que digo,
Nem sabem o cumprir das promessas,
Mas essas são do azeite e o trigo.
As frutas só dão em seu tempo,
Depois que plantamos e regamos,
Como as tâmaras ao sol e ao vento,
Aguardam o evento por longos anos.
Se todos vivêssemos abraçados,
E dividíssemos o sol e a lua,
Talvez fossemos os laureados,
Com a paz manifesta nas ruas.
Mas quase todos somos monstros,
Ou piores do que já profetizaram,
Quando vejo corpos nos escombros,
Onde as crianças mortas estavam.
Mesmo que Deus perdoe os pecados,
As nossas crianças são inocentes,
Pois o mundo já entende o recado,
De um cinismo sionista presente.