Tudo que és
Amado, és único!
Não há outro que a você se assemelhe,
De ti nada se fez duplicado,
Não se fez nenhum outro,
Ninguém foi por mim amado
Nem com mais encanto olhado
Entre todos os homens és luminoso, perfeito
És estrela que desce sobre o horizonte
És a lua prateada que a noite ilumina
És meu sol dourado que minha alma aquece
És meu anjo alvíssimo
Que me redime os pecados
És meu tudo…
Que nesse caminho que sigo
Não és meu, nem estás comigo
És como estrela que ao navegante guia
Ficas distante
Mas à mim anuncia
A chegada da noite, o fim de mais um dia
Outro ano vai terminando
Outro ano que já está chegando
Esplendido, para uns, nas cores que traz
Mas que a mim não seduz, não prende meu olhar
Meu encantamento se encontra onde estás
Minhas preces pedem pela doçura que está
Nos teus lábios que me são encantamento,
No teu pescoço que percorro no olhar
No teu rosto que é pura magia
No teu cabelo que desejo tocar
E como sinto inveja por saber que o teu rosto está a tocá-lo
Todo teu semelhante se faz iluminar
Sob a luz da lua que está no céu a brilhar,
E se me perguntas o que és para mim
Te juro, meu amado
Por mais que eu tenha procurado
Não encontro o mais adequado
Entre todo vocabulário
Para poder te descrever
Não és meu namorado
Mas és por mim muito amado
És o ar que eu preciso
Minha razão para crer no paraíso
És minha fome
O alimento que me sacia
És o que a pele me arrepia
És o manto que me protege do frio
És meu abrigo
Minha razão para correr perigo
És o que me encoraja
És meu maior medo
És minha maior companhia
És minha solidão que me alucina
És minha total consciência
És minha forma mais insana
És meu tudo
Mesmo sendo, na minha vida, um nada
És os braços que me acolhem
És minha razão do abandono
És o tom mais delicado aos meus ouvidos
És o grito que minha alma fere
És meu maior tesouro
És minha miséria eterna
És tudo e nada
És minha vida e minha morte
És minha sentença finita
És o que me dá vida
Em teus dedos sou pétalas
Que sem pressa arranca
Jogando-me entre as pedras
Onde as bravias ondas
Se arremessam em fúria
Levando-me sem candura
Para as profundezas escuras
Desse mar de bravias ondas
E assim me afastando
De você que tanto amo
Afortunada a que te puder abraçar
Pois a mim, mesmo te tendo todo amor
Deixaste-me lançando-me nesse mar