Noites depois dos dias

Fim de dia

Cabeça rodopia

A luz desse dia

Vira a escuridão que anuncia

Outra noite de agonia

A desilusão contagia

A solidão irradia

As mãos sempre vazias

O coração pressentia

Enquanto a mente só sentia

Já é noite e não vejo nada

É longa essa estrada

Estou muito cansada

De tanto estar sentada

Esperando por uma palavra

Que me mostrasse a direção tomada

E assim eu fizesse minha caminhada

Convicta de que nada

Me seria a ilusão disfarçada

E sim a verdade revelada

Entre a escuridão

Se acomoda a solidão

Não se importa com meu coração

O maltrata sem preocupação

Não há nos atos cuidados, nem intenção

Não existe nenhuma atenção

Cada instante é apenas uma fração

De um tempo que só traz desilusão

É um tempo para fecundação

Do que sempre segurou minhas mãos

Nessa hora, nesse tempo

Sinto a fragilidade do momento

Deixo nele o meu lamento

Sem esconder o meu tormento

Choro externando todo meu sentimento

Sussurro para o vento

Pedindo que possa ele mostrar meu sofrimento

Levando minhas palavras até que dê à elas consentimento

E até que isso se faça, fico eu perdida em pensamentos

Nessa estrada parada sem estar vivendo

É outro fim de dia

É outra noite fria

É novamente escuridão que irradia

É solidão que traz agonia

É noite sem palavras, é apenas vazia

É noite e depois será outro dia

Dia que antecede outro dia

Noite que não finda com agonia

Noite e dia sem fantasias

Dia e noite sem as palavras de onde eu bebia

É dia

Noite vazia

Solidão de agonia

Palavras antes frias

Agora vazias

Noite que arrepia

Dias de anemia

Noites de apatia

Dias de espera pela glória

Noites sem sonhos e fantasias

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 12/11/2023
Reeditado em 12/11/2023
Código do texto: T7930540
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